Nossas pequenas memórias e o que eu não vou ensinar para Natália

Bernardo essa semana me pediu algo inusitado durante um almoço comum. Fez várias e várias voltas até enfim chegar ao ponto que queria. O menino me pediu para lhe ensinar um palavrão. _Sabe o que é, mãe. Só para caso eu ouvir por aí posso chamar a polícia bem ligeiro.

Ri por dentro. Senti tanto amor por sua inocência. Senti tanto carinho por sua forma de se expressar. Aqui em casa a gente não costuma falar palavrão, mas sei que agora que ele começou a frequentar a escola vai se envolver com crianças com criação diferente e inevitavelmente vai descobrir coisas cabeludas por aí. Senti que mais uma vez ele cresceu diante de meus olhos. E então lhe ensinei um palavrão. E mais uma vez ri quando ele falou pensando que estava transgredindo o mundo. Expliquei que era feio, que eu não gostaria que ele ficasse repetindo por aí e que não precisava chamar a polícia caso ouvisse alguém falar isso.

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Essa semana, mais precisamente ontem, em um dos vários momentos que me pego observando a relação dos dois, presenciei uma cena nova. Natália sentou na porta da varanda e ficou fazendo tentativas frustradas de pinçar uma formiguinha. Provavelmente ela tinha intenção de provar a iguaria. Antes mesmo de eu me manifestar a respeito, Bernardo correu para perto dela e começou a explicar sobre os costumes e a vida das formigas. Há não muito tempo atrás eu sentei nessa mesma porta e ensinei para ele muitas das coisas que ele estava repetindo.

Peguei a máquina fotográfica e registrei o momento sem nem mesmo eles perceberem. Gosto de fazer isso. Amo guardar pequenos momentos roubados de nossa rotina. Momentos únicos, só nossos e que fazem esse exercício diário e o projeto 365 valerem tanto a pena.

E então me dei conta das coisas que não vou ensinar para Natália. Coisas pequenas e simples que não serão nossas, assim como foi com o Bernardo. Faz parte do pacote de ser segunda filha e de ser mãe de dois. Talvez seja mais fácil ou mais simples dessa forma, mas foi estranho ver essa cena. Mais uma vez me senti inundada de um amor gigante, junto com um sentimento diferente, talvez um pequeno sentimento de perda pelas coisas que não farão parte da nossa vida juntas.

Natália nunca vai precisar que eu lhe ensine um palavrão. Certeza!

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E esses foram os melhores momentos das fotos do projeto 365 dias das últimas semanas. Um misto de rotina, diversão e muito amor.

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Nossas pequenas memórias, os rótulos e os estereótipos

Se tem uma coisa que tento realmente cuidar em relação a educação que dou para meus filhos são os rótulos e estereótipos, principalmente depois que vi esse texto no mamatraca, ainda na gravidez.

Mas como não comparar as experiências dessa vida? A única forma de ser mãe e a única forma de se comportar que eu conheço provém de toda experiência que tive com Bernardo, e agora com uma pessoa diferente, com personalidade diferente, fico procurando a minha forma de me posicionar nesse novo mundo.

Essa semana começamos a viver uma nova realidade nessa vida de família com quatros pessoas. Natália está batendo no Bernardo. Ela simplesmente resolve que ele não pode fazer algo, como colocar a mão na água da banheira que ela está sentada ou ficar perto dos botões do elevador, e com unhas e dentes defende o que quer.

A tendência a rotular é uma coisa dura de superar. Comparar então, nem vou escrever sobre isso. E não estou aqui falando que fico comparando e rotulando os dois enquanto eles me olham assustados. É mais uma coisa interna, sabe? Eu com eu mesma.

E vamos adiante! Uma nova amiga que super se identificou com a história que contei me disse rindo (quase uma risada maquiavélica de bruxa) que vai piorar. Que em poucos dias o mais velho vai descobrir que provocar o bebê é o maior barato.

Rótulos? Passei na gráfica e imprimi um bem grande, colei na minha camiseta, está escrito: “Cuidado mãe aprendiz!” Aah, também mandei fazer um bóton, “Quer enlouquecer? Pergunte-me como!”

Nossas pequenas memórias e a rotina com dois filhos

Cada dia mais sou tomada pela rotina com os dois filhos, por um lado dois braços e uma mãe são poucos para tanto trabalho e disposição e por outro dois braços e um coração são poucos para tanto carinho e alegrias!

Um bebê que se locomove sozinho e é cheio das vontades próprias dá infinitamente mais trabalho que um recém nascido, e além disso é muito mais gracioso e fofinho também, o que gera uma disputa básica com o mais velho, por atenção e por espaço no mundo. Sim, as coisas ficam eternamente se definindo. (Acredito sinceramente que isso vai durar anos e anos!)

O amor entre os dois é algo comovente. Bernardo quer beija-la o tempo todo, ela se irrita com tanto contato físico da parte dele (principalmente porque muitas vezes ele não tem noção do tempo e força). Já Natália quer imitar o menino em tudo que ele faça, seja subir em um chafariz ou dormir com o cobertor no meio das pernas. Sou muito grata por acompanhar o crescimento deles.

E eu como sempre foi, nunca deixei de fazer um passeio, brincar na rua ou até deitar no chão com eles para lavar uma louça. Nunca coloquei a casa limpa e arrumada acima do nosso contato físico. Nunca deixei de ver um filme sequer com o marido para deixar a cozinha super limpa. E nessa livre demanda de amor vamos seguindo nossos dias entre choro, risos, ideias maravilhosas, ideias ruins, passeios cheios de repimboquices, muita história vivida e fotos deliciosas. essas são as fotos diárias dos dois dessas duas últimas semanas!

Acompanhe o projeto 365 dias e nossas pequenas memórias diariamente no instagram @inventareideias.

Nossas pequenas memórias e um pequeno acidente de percurso

Essa semana aconteceu algo inusitado na relação fraterna em questão. Bernardo ama empurrar a motoquinha da Natália, mas é uma criança, e faz isso em uma direção perigosa, vamos dizer. Ela acha o máximo, né. Adrenalina pura. Mesmo assim, com acompanhamento total, às vezes eu permito que ele leve a motoca.

No fim, em uma sucessão de detalhes, acabamos sofrendo um pequeno acidente. Natália carregava na mão uma cornetinha, uma coisinha simples, colorida, grande e “segura” para um bebê carregar. E Bernardo andava tranquilão empurrando ela pelo calçadão. No meio do caminho, perto de uma árvore, havia um pequeno galho no chão. Quando Bernardo passou pelo galho, a motoca deu um solavanco e a menina quase engoliu a corneta inteira.

Na hora que peguei ela aos berros no colo já consegui enxergar que havia machucado a parte mole no fim do céu da boca. Bernardo não estava entendendo o que estava acontecendo, ele não viu como aconteceu o acidente. Em segundos começou a escorrer sangue pela boca da Natália. Claro que fiquei nervosa, e Bernardo também.

Estávamos pertinho de casa e fomos correndinho, enquanto eu levava Natália o menino começou a fazer maluquices com a motoca. Perdi a paciência com ele. Falei com ele como não costumo falar, com rispidez.

Resumindo, cheguei para pegar o elevador com um bebê berrando e sangrando. Com um menino chorando desconsolado, e que na fica de consolo ficou em segundo lugar. E uma motoca na outra mão. Tinha um homem esperando o elevador com duas sacolas. Não ia caber todo mundo, então ele subiu. Deixou para trás eu naquela situação, se eu tivesse em melhores condições ia rir.

No fim não deu nada sério. Natália cortou o palato mole. Boca sangra muito! Mas o susto do Bernardo foi grande. Ele ficou se sentindo tão culpado, sentiu-se responsável pelo acidente. Depois que Natália se recuperou fui conversar com ele, me desculpar por ter descontado uma parte de meu nervosismo nele. Contei das vezes que ele também sangrou, como ele não lembrava e que Natália também não ia lembrar disso. Gente, se coração apertado matasse eu já era.

Só quem tem um irmão para conhecer sentimentos como esse.

Nossas pequenas memórias e a menina que copiava

Passar o dia pensando em uma foto especial me fez observar mais a relação dos dois. O que é engraçado e cativante. Bernardo pode beijar a menina,  e por beijar entenda chacoalhar, apertar, derrubar, passar a mão na cara… e ela nunca reclama. Acha lindo receber essa atenção. Cada dia ela está mais interativa e consegue entender melhor as brincadeiras do menino, e isso os aproxima.

Desde que ela começou a engatinhar, cerca de um mês atrás, ela segue os passos dele. Ainda não se interessa por TV, mas sempre que deita no colchão da sala imita exatamente a forma que Bernardo se posiciona para assistir. Tem um boneco que Bernardo ama e vive com ele encardido nas mãos, a alegria da menina é achar esse boneco jogado, simplesmente para correr devolver para Bernardo.

Diziam por aí e eu não entendia, mas sabe o que é melhor do que um filho? Dois! Eu não poderia ter escolhido melhor o tema do meu projeto, pois tenho certeza absoluta que com o passar dos dias não perderei interesse pelo assunto!

E se você quiser acompanhar o projeto diariamente, eu posto no instagram @invenatareideias a foto do dia acompanhada de uma legenda significativa. Fico com o coração feliz de rever as fotos que já passaram, imagina quando o projeto terminar!

Nossas pequenas memórias e uma semana das férias

Quando me propus a fazer o projeto 365 dias estava pensando exclusivamente nas fotos, em quanto seria legal ter uma imagem que registrasse um pequeno momento do dia das crianças juntas. Mas bastou uma semana para entender que o que estou fazendo vai muito mais além do que imaginava.

Eu amo fotografia e sempre me dediquei muito a aprender uma técnica mais legal, mesmo que de forma autodidata, para que pudesse registrar com um equipamento o que conseguia ver com os olhos do coração. Vocês que acompanham o blog sabem. Mas mesmo assim nunca consegui me organizar de forma que pequenos momentos ficassem congelados. Na correria do dia a dia, na falta de levar a máquina por perto ou simplesmente na preguiça da momento, sempre acabava deixando para lá uma expressão, uma primeira vez ou até um lugar especial do nosso convívio. E então amanhã isso já não existia mais. A expressão tinha mudado, o engatinhar com uma perna só havia dado espaço para o engatinhar como um foguete e fim.

Agora não, desde que comecei o projeto fico focada realmente em pequenas coisinhas do dia a dia, como o parquinho que sempre frequentamos, uma ida no mercado em uma tarde de diversão, na expressão de passarinho que Natália faz ao sentir que uma comida está passando por perto de sua boca. Pequenas memórias que possivelmente amanhã já mudaram.

E tudo guardado com uma pequena legenda que servirá para demonstrar em palavras e imagens um momento que as crianças dividiram juntas em um dia qualquer. Me sinto muito empolgada olhando as fotos que já passaram, imagina aqui alguns anos olhar novamente… é muito amor em forma de detalhes. Um registro de crescimento diferente e sem dúvida apaixonante.

E assim aconteceu nossos dias da última semana:

Acompanhe diariamente as fotos de nosso projeto pelo instagram @inventareideias

Projeto 365 e nossas pequenas memórias.

Esse ano me rendi, me empolguei, senti que era a hora certa e decidi com todo carinho fazer um projeto 365 dias. A ideia é fazer um registro por dia, da rotina da vida, para poder guardar em memórias clicadas pequenos momentos que não seriam lembrados com o passar dos anos.

Legal é escolher um tema, tem gente que faz auto retrato, tem gente que faz de uma refeição diária, tem gente que faz fotos apenas dos pés. Não importa, o legal é encontrar algo que encha seu coração e sua mente de inspiração e ideias, ter muita disciplina e organizar direitinho. Depois é só postar no Flickr, Instagram, blog ou até guardar para si mesmo. E outra coisa bem legal é acompanhar e conhecer pessoas que tem o mesmo objetivo.

Agora vou falar para vocês do meu projeto particular. Pretendo durante um ano, diariamente, fotografar um detalhe da vida de meus filhos, juntos. Toda sexta feira postarei aqui no blog as fotos da semana, junto com um apanhado de tudo que envolveu os cliques. Será uma forma legal e gostosa de fazer um pequeno diário para os dois. Será muito gostoso ver o tempo passando em forma de crescimento e desenvolvimento. Me sinto empolgada em preparar isso para eles, como um pequeno presente dos momentos de suas infâncias.

E hoje comecei. Essa foto aconteceu na casa da vovó. Na piscina que eles ganharam de natal. Um momento de alegria, sol e verão. Um momento sem produção, sem pretensão e principalmente sem obrigação. Um retrato da infância dos dois que registrei e que já passou. Mas para sempre ficará guardado nesses 365 dias e nossas pequenas memórias.

Se você também fizer um projeto como esse compartilha com a gente!

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