Nossas pequenas memórias e um pequeno acidente de percurso

Essa semana aconteceu algo inusitado na relação fraterna em questão. Bernardo ama empurrar a motoquinha da Natália, mas é uma criança, e faz isso em uma direção perigosa, vamos dizer. Ela acha o máximo, né. Adrenalina pura. Mesmo assim, com acompanhamento total, às vezes eu permito que ele leve a motoca.

No fim, em uma sucessão de detalhes, acabamos sofrendo um pequeno acidente. Natália carregava na mão uma cornetinha, uma coisinha simples, colorida, grande e “segura” para um bebê carregar. E Bernardo andava tranquilão empurrando ela pelo calçadão. No meio do caminho, perto de uma árvore, havia um pequeno galho no chão. Quando Bernardo passou pelo galho, a motoca deu um solavanco e a menina quase engoliu a corneta inteira.

Na hora que peguei ela aos berros no colo já consegui enxergar que havia machucado a parte mole no fim do céu da boca. Bernardo não estava entendendo o que estava acontecendo, ele não viu como aconteceu o acidente. Em segundos começou a escorrer sangue pela boca da Natália. Claro que fiquei nervosa, e Bernardo também.

Estávamos pertinho de casa e fomos correndinho, enquanto eu levava Natália o menino começou a fazer maluquices com a motoca. Perdi a paciência com ele. Falei com ele como não costumo falar, com rispidez.

Resumindo, cheguei para pegar o elevador com um bebê berrando e sangrando. Com um menino chorando desconsolado, e que na fica de consolo ficou em segundo lugar. E uma motoca na outra mão. Tinha um homem esperando o elevador com duas sacolas. Não ia caber todo mundo, então ele subiu. Deixou para trás eu naquela situação, se eu tivesse em melhores condições ia rir.

No fim não deu nada sério. Natália cortou o palato mole. Boca sangra muito! Mas o susto do Bernardo foi grande. Ele ficou se sentindo tão culpado, sentiu-se responsável pelo acidente. Depois que Natália se recuperou fui conversar com ele, me desculpar por ter descontado uma parte de meu nervosismo nele. Contei das vezes que ele também sangrou, como ele não lembrava e que Natália também não ia lembrar disso. Gente, se coração apertado matasse eu já era.

Só quem tem um irmão para conhecer sentimentos como esse.

Nossas pequenas memórias e a menina que copiava

Passar o dia pensando em uma foto especial me fez observar mais a relação dos dois. O que é engraçado e cativante. Bernardo pode beijar a menina,  e por beijar entenda chacoalhar, apertar, derrubar, passar a mão na cara… e ela nunca reclama. Acha lindo receber essa atenção. Cada dia ela está mais interativa e consegue entender melhor as brincadeiras do menino, e isso os aproxima.

Desde que ela começou a engatinhar, cerca de um mês atrás, ela segue os passos dele. Ainda não se interessa por TV, mas sempre que deita no colchão da sala imita exatamente a forma que Bernardo se posiciona para assistir. Tem um boneco que Bernardo ama e vive com ele encardido nas mãos, a alegria da menina é achar esse boneco jogado, simplesmente para correr devolver para Bernardo.

Diziam por aí e eu não entendia, mas sabe o que é melhor do que um filho? Dois! Eu não poderia ter escolhido melhor o tema do meu projeto, pois tenho certeza absoluta que com o passar dos dias não perderei interesse pelo assunto!

E se você quiser acompanhar o projeto diariamente, eu posto no instagram @invenatareideias a foto do dia acompanhada de uma legenda significativa. Fico com o coração feliz de rever as fotos que já passaram, imagina quando o projeto terminar!

Ser mãe de dois!

Sabe, o sentimento que a gente tem por um filho é uma coisa tão inexplicável, por tantos motivos e de tantas formas diferentes, que um dia quando eu pensei seriamente em engravidar pela segunda vez me questionei se algum dia pudesse sentir por outra pessoa o que eu sentia pelo Bernardo. Eu não tinha dúvidas que amaria um novo bebê, mas o Bernardo sempre ocupou tanto espaço em meu coração, meus pensamentos, preocupações, sonhos, planos, que sinceramente parecia que não haveria lugar para mais alguém. Fora o fato que parecia que colocar mais alguém era como se de alguma forma estivesse tirando o que já era do Bernardo por direito adquirido!

Então chegou Natália. E naturalmente ela foi incluída em minhas orações. Naturalmente ela foi incluída em meu planos, preocupações, sonhos e pensamentos. Mas não pense que por um minuto sequer Bernardo perdeu algum centímetro de tudo isso, pois Natália trouxe junto com ela a seu próprio lugar na barra da saia.

E agora ver os dois juntos, e sentir que a ligação entre eles foi algo tão natural e gostoso, faz eu não conseguir me lembrar direito o que me fez algum dia questionar o poder do vínculo de amor!

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