E a gravidez subiu no telhado!

38 semanas minha gente. Quando eu abrir os olhos novamente, estarei com meu bebê no colo. Ao mesmo tempo sei que vai dar tempo de um vidro jogado na natureza entrar em estado natural de decomposição e nada desse bebê nascer…

Como estou na segunda gestação, já tenho segurança o suficiente para dizer o quanto estou cansada dessa situação. O quanto a gravidez já deu pra bola e o quanto eu não vejo a hora de passar por tudo isso. Mas novamente vem aquele sentimento contraditório, diretamente do fundo emocional das grávidas loucas, me fazendo sentir uma pontada de tristeza por saber que possivelmente é a última vez que passarei por tudo isso.

Estão me achando contraditória? Vocês não viram nada. Para mim, contradição é a palavra que rege a maternidade.

Quando penso que o fim da gravidez está próximo e meus pés voltarão a ser dignos, que poderei parar de clamar a Nossa Senhora das Grávidas de Verão para eles não explodirem, sinto um alívio enorme tomando conta de todo meu cansaço. Mas aí, lembro também que o fim da gravidez está próximo e nunca mais sentirei dois pezinhos dentro da minha barriga formando calombos esquisitos em uma das sensações mais deliciosas de se sentir na vida, e sinto muito por estar tão perto de tudo isso acabar.

Não consigo andar direito, pois sinto pressão nas partes baixas. Não consigo ler um texto em voz alta, pois falta ar para terminar as frases. Não consigo pegar meu óculos de sol no porta luvas do carro, pois não alcanço. Não consigo parar de rir de piadas idiotas, pois fiquei meio boba. Não consigo calçar meus sapatos. Não consigo conversar com as pessoas com discernimento e coerência. Não consigo conferir se a depilação está em dia.

Sinceramente não me acho linda, nem esplendorosa e muito menos atraente. Quando olho no espelho não me reconheço. Para vocês terem uma ideia da situação, esses dias meu filho de 5 anos perguntou:

– Mãe, o que é isso no seu sovaco axila?

-Onde? O quê? Tira, tira, tiraaaa (achando que era sei lá, uma aranha/barata/morcego)

– Ãhn, não era nada…

Então baixei o braço novamente e descobri o que era. Era uma pelanca horrorosa que se alojou entre meu peito e minha axila. Coisa linda de se ver!

Mas saindo dali, fui recolher as roupinhas do varal. E sentir aquele cheirinho, ver aquelas pecinhas tão graciosas e fofinhas, me trouxe um sentimento tão maternal e intenso, que pensei: O que é uma pelanquinha a mais ou a menos para quem já esta ferrada mesmo.

Eu amo estar grávida!

Acham que os hormônios me enlouqueceram? Novamente digo, vocês não viram nada! Vão conversar com meu esposo.

Pelo menos nesses últimos dias, para já ir acostumando com a rotina, estou dormindo como um bebê – durante a noite faço xixi no pijama e tenho fome de duas em duas horas!

35 semanas – estou lavando as roupinhas.

É assim, do dia para a noite as coisas se tornam mais reais, mais palpáveis. Tenho quase tudo que precisarei para o nascimento da Natália. Mas estava em sacolas, nas caixinhas, no tempo futuro… Hoje enfim tirei as roupas dos pacotes, as etiquetas, as coisinhas das caixinhas e comecei a organizar, para esperar de verdade a chegada da menina.

35 semanas. E uma casa com cheiro de bebê. Uma inundação de mantas rosas, roupas rosas e fraldas no varal. É estranho isso, pois sabemos que em breve mais uma pessoa irá morar na nossa casa, mas ver as coisas dessa pessoa tomando conta do espaço comum é muito diferente.

Fico de cara como o tempo passa rápido. Foi esses dias que eu estava lavando as roupas do Bernardo. Foi esses dias que eu peguei ele no colo pela primeira vez. Foi ontem que eu preparei a mala para ir ao hospital ganhar meu bebê.

Lembro de como foi emocionante o dia que cheguei do hospital com o Bernardo e coloquei ele no berço. Eu tinha feito tudo com tanto carinho, tanto capricho, tanto cuidado e passava longos minutos olhando para as coisinhas, só imaginando o dia em que o bebê ocuparia o seu lugar. Quando deitei ele no berço foi como se tudo finalmente fosse real. Não conseguia sair de perto, de olhar, de sentir medo, de sentir coragem, de sentir vontade de chorar, e de ficar com um sorrisinho no rosto como se algo muito mágico tivesse acontecido na nossa casa, na nossa vida…

Hoje me dei conta que falta pouco tempo para tudo acontecer novamente. Em poucos dias alguém deitará no berço que estou preparando. Alguém usará as roupinhas que estou lavando. Alguém vai me fazer sentir medo, coragem, vontade de chorar e de rir…

O berço está pronto, as roupas estão lavadas, as gavetas organizadas, o tempo chegando, as pessoas falando, a barriga estourando, o mundo girando, o Bernardo chamando, enfim, praticamente tudo preparado. Tudo que se possa preparar.

Pois a roupa roupa a gente lava, passa, engoma, esteriliza. Mas a gente mesma… Não tem o que prepare uma mãe para o nascimento de um bebê. Essa semana farei as malas. (Frio na barriga!)

A super compensação da culpa.

Depois que engravidamos (eu carrego a criança, mas toda a família está gestando…), começamos um processo natural de super compensação para o Bernardo, como se o menino estivesse prestes a passar por um trauma terrível!

O menino aprendeu rapidinho a conviver com essa nova realidade, onde alguém trazia um paninho de boca para o neném e um brinquedo para ele, entre outras coisas que começaram a ser feitas especialmente para ele, para que não tivesse ciúme de um feto de 5 cm.

Quando percebi, estava voltando para casa com uma criança choraaaaaando porque queria uma pista nova naquele dia, naquela hora. E eu naquela insegurança de achar que era porque estava sentindo a mudança eminente e tals…

Então me dei conta. O menino não estava reagindo a gravidez, estava reagindo as nossas ações. Estava fazendo o que todo mundo esperava dele. Estava ficando manhoso e birrento. Estava tendo ataques de choro. E estava se acostumando a ganhar o que quisesse, a hora que quisesse, porque né, ele iria sofrer…

Quando eu e meu esposo chegamos a essa conclusão, o que não foi um click claro e instantâneo, começamos a mudar a nossa forma de lidar com a situação. O resultado? O menino voltou ao seu normal. Voltou a ser doce e ter paciência. Voltou a entender que pistas são presentes de aniversário. E começou a aproveitar a espera do neném.

E aí nós nos surpreendemos com suas reações. Bernardo está curtindo a gravidez. Não se interessa em nada por roupinhas e sapatinhos, nem para curtir, nem para ficar olhando de longe a nossa curtição, simplesmente ignora. Mas curte muito as histórias que eu conto para ele, de como será trocá-la, e levá-la para passear. De como nossa vida vai mudar, e como ela vai ficar feliz quando ele chegar. Sempre é carinhoso com a barriga. Sempre inclui a menina em nossos planos. Espera ansioso pelo dia que a gravidez atingirá o número nove no seu livrinho, e enfim sua irmã esteja pronta para chegar ao mundo.

Se ele vai sentir a sua chegada? Acredito que sim. Eu ainda lembro de como me senti quando nasceu minha irmã. Mas o que eu, como adulta da relação preciso entender, é que não posso prever e me antecipar a esses fatos. Correndo o risco de piorar as coisas. Correndo o risco de rotular tanto um sentimento a ponto de interferir na ordem natural de amadurecimento de uma relação que irá se construir.

Difícil a gente ver um filho crescendo e permitir que ele cresça. A vontade sempre é interferir, remediar, colocar na barra da saia e sofrer por ele. O problema é que a gente tenta sofrer por ele sofrimentos que talvez não existam, e que se existirem, tem um papel fundamental para o desenvolvimento saudável e formação do filho alto, bonito, e cheio de caráter que a gente sonha!

Em frente ao caixa 5 eu sentei e chorei – Parte I

Aquele dia quando acordei, com aquele pijama de cupcake que eu amava, mas ficava curto na barriga, senti que uma colherada de Nutella poderia deixar meu dia mais bonito. Aquela altura eu já não me importava mais se no fim teria engordado 10, 20 ou 30 quilos, principalmente porque as duas primeiras alternativas já tinham ficado para trás a algumas semanas.

Quando abri a geladeira e imediatamente não consegui ver o pote de Nutella um sangue quente subiu até meu rosto, eu tinha consciência do que viria em seguida. Mas como tinha tomado a decisão interna de brigar menos em casa, respirei seguidamente até o sangue voltar a circulação normal e peguei o pote de doce de leite mesmo.

O dia já estava quente, e descobri pela primeira vez o que sentia uma mulher que além de não poder lavar decentemente as próprias partes, não conseguia vestir a própria sapatilha em um pé que parecia um pão crescido. Mais uma vez, decidi não me irritar e coloquei o meu melhor chinelo de dedo.

Aquele calor parecia uma afronta pessoal, senti uma vontade controlável de tirar a roupa e caminhar pelada pela rua, o que me fez rir, já que naquele mesmo momento eu parei na faixa de pedestres para uma mulher atravessar, e ela pelo jeito não se importava de caminhar pela rua sem roupa, a diferença era que ela parecia ter saído de uma revista masculina, e eu pareceria ter saído de uma revista rural.

Fiquei pensando na trilha sonora que mais combinaria com esse momento da minha vida, não consegui definir, então continuei ouvindo música clássica mesmo, o bebê merecia nascer inteligente.

Eu tinha uma lista de coisas para organizar antes do nascimento, coisas que eu achava que ninguém mais no mundo conseguiria fazer, mas na verdade o que eu queria era ficar dormindo, comendo e assistindo um bebê por minuto na TV a cabo.

Continua na próxima semana…

Para esse ano novo só tenho uma meta!

Eu desejo um ano tão cheio de alegrias quanto o que passou. Desejo tantas risadas em família quanto tive. Desejo abraços de amor. Desejo olhares de compreensão. Desejo aprender, diariamente, e espero do fundo do coração que seja por amor. Desejo o meu peito inflado de orgulho. Desejo os meus braços, olhos e coração cheios de meus filhos. Desejo continuar de mãos dadas com meu esposo. Desejo saúde. Desejo respeito. Desejo sucesso. Desejo chorar de rir. Desejo chorar de emoção. Desejo escolher o caminho certo. Desejo realizar antigos sonhos. Desejo realizar sonhos que eu nem sabia que existiam. Desejo ver as pessoas que eu amo bem. Desejo paz.

E minha meta é, profunda e sinceramente, a fazer meu melhor para conseguir!

Feliz ano novo!

28 semanas de Natália!

Quando engravidei da Natália, mesmo ela sendo muito desejada pelo Bernardo, todos nós nos cercamos de cuidados para minimizar os efeitos do ciúme que nosso filho pudesse sentir.

Isso, somado ao fato de que com um filho mais velho o tempo dispensado para a gravidez (para o banho, para o sono, para a leitura, para o exercício, para a alimentação, para a internet…) diminui, fez que alguns pequenos detalhes e registros se perdessem, e também que a gravidez passasse num passe de mágica.

Por isso hoje resolvi registrar em imagens e palavras alguns pequenos detalhes da sua espera.

A barriga está grande e linda, típica de quem engordou uns quilinhos a mais, bem redonda e saliente, ninguém mais me olha com alguma dúvida.

A disposição vai diminuindo no ritmo que a temperatura vai subindo. Aqui vai um agradecimento especial a meu esposo muito compreensivo e a todos aparelhos de ar condicionado que eu encontro no caminho, em especial ao do meu quarto.

O medo de não ama-la tanto quanto amo o Bernardo diminui ao passo que ela toma seu espaço. A casa tem um leve cheirinho de bebê, por todo canto tem sinais de sua presença, as conversas são recheadas de planos, desejos e previsões a seu respeito. Se o amor vai ser igual ou diferente não consigo prever, mas não me sinto mais insegura com sua chegada.

Inevitavelmente agora ela vai tomar cada dia mais seu lugar, pois na porta do terceiro trimestre está na hora de deixar as coisas mais organizadas para sua chegada.

Aviso importante!

Aviso a todos os leitores do blog, que de agora em diante os posts estarão influênciados, junto com o meu humor, por doses gigantes de hormônios que me levam do riso histérico ao choro convulsivo em questão de segundos.

O meu esposo também vai do riso as lágrimas em questão de segundos, mas não são os hormônios, é a convivência com a senhora super feliz, super carente ou rainha das trevas que vos fala.

 

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