Formas alternativas de educação

Nem sempre uma lição vem junto com uma bronca, um castigo ou uma conversa. Às vezes ela pode vir junto com um momento de descontração e lazer. Educar um filho é um dos exercícios de criatividade mais práticos da escola da vida.
Há alguns dias venho conversando com Bernardo sobre causa e consequência e tive a ideia de através da pintura demonstrar de forma ilustrada o que eu gostaria de fazê-lo entender.
Usamos uma sequência de três telas, eu poderia dar tintas e pincéis e permitir que ele expressasse toda sua criatividade, mas não, eu tinha intenção de dirigir o trabalho.
Para começar apresentei uma técnica que ele nunca havia usado, a pintura com esponja e moldes. Isso por si já foi uma novidade interessante. O efeito é bem diferente de uma pintura feita com pincel e desenvolve outras habilidades para a coordenação motora.
Em resumo enquanto pintávamos fui falando sobre plantar e colher. Dei exemplos práticos da sua realidade, sobre quem desobedece a professora está plantando o quê? Ou quem é gentil com o amigo está plantando o quê? Também falamos da importância da base para a semente poder germinar. Falei dos dias de sol, dos dias de chuva, e que sem eles a semente morreria.
É engraçado trabalhar juntos e poder conhecer a visão do filho sobre o mundo. Entre uma pincelada e outra sempre acabo rindo de suas observações e exemplos, e isso me diz que ele está entendendo o recado.
E no final o resultado ficou um encanto. Certeza que vai para a parede do meu escritório. Tem pequenos borrões e não é assinado por um artista conceituado. Mas é daqueles detalhes que deixam a casa com cara de lar e conta pequenas histórias de nossas vidas.
* Esse post também faz parte da nossa coluna mensal na Revista Educar. Confere nesse link a versão impressa da revista, está cheia de informações ótimas para mães, pais e educadores!

Revista olheiras – e como saber se você é uma boa mãe!

Esse post foi escrito por mim e publicado originalmente no site Minha mãe que disse.

Se você já descobriu através da revista Capricho se sabia beijar ou se sua Best Friend Forever era confiável, e alguns anos mais tarde respondeu questionários da revista Nova para saber se o bofe era um cafajeste ou se você sabia como lidar com a luz acesa na hora H, chegou o momento de fazer esse teste definitivo da revista Olheiras e, enfim, descobrir se você é uma boa mãe.

Seu filho foi:

A – Adoção

B – Escapuliu

C – Inseminação

D – Planejado

 

Seu parto foi:

A – Natural no mato

B – Natural em casa

C – Cesárea

D – Normal no hospital

 

Sua amamentação foi:

A – Até os seis meses

B – Até os dois anos

C – Até os treze anos

D – Não amamentou

 

O que você fez com as partes do parto como placenta, coto umbilical…

A – Comeu junto com o marido

B – Enterrou

C – Guardou na gaveta de memórias

D – Jogou no lixo

 

A primeira papinha do seu bebê foi:

A – De trufas negras da frança

B – De brócolis, beterraba e chicória

C – De batata, xuxu e feijão de corda que você mesma plantou, regou e colheu

D – Não lembra

 

Você se considera uma:

A – Mãe tigre

B – Mãe panda

C – Mãe cobra

D – Mãe sapo (de boa na lagoa)

 

Você é adepta ao programa:

A – Culpa, não

B – Culpa, sim

C – Culpa para todos

D – Desculpa mas eu vou chorar

 

Seu filho ouve:

A – As mais tocadas da FM

B – Galinha pintadinha

C – Músicas clássicas

D – Raul Seixas

E agora chegou a hora da verdade! Respostas A valem 5 pontos, B 4 pontos, C 6 pontos e D 3 pontos. Some sua numeração e descubra agora se você é uma boa mãe!

Se você fez entre 0 a 100 pontos:

Você é uma boa mãe. Tão boa quanto eu e quanto a sua vizinha. Tão boa quanto sua própria mãe. Tão boa quanto a mãe que não tem as mesmas ideias que você.

Simplesmente porque você, eu e todas que estamos nessa labuta vamos errar. E vamos acertar. E vamos nos arrepender. E vamos ter saudades.

Simplesmente porque não importa se seu filho leu com 5 meses de idade e o meu só com 6 anos. Os dois vão ter amigos, os dois vão se apaixonar, os dois vão quebrar a cara, vão chorar, vão procurar nosso ombro, ou não. Os dois vão batalhar, os dois vão gargalhar loucamente exatamente naquele momento que tem que ficar bem sério.

Os dois vão ter certeza que sabem mais do que a gente. Os dois vão nos magoar sem querer. Os dois vão sair de perto de nossos atentos olhares e vai doer em nossos corações.

Você pode dar abobrinha e eu batata frita, mas quando nós duas deitamos na cama o nosso pensamento é igualzinho. Nós duas rezamos para proteção do nosso filho, rezamos para que ele faça boas escolhas, conheça gente de bem, que nunca se machuque, nem nunca machuque ninguém.

Você pode levar no parque e eu no play do shopping, mas nós duas sonhamos que um abraço cure todas as feridas, nós duas sonhamos com um futuro lindo, nós duas ficamos com o coração apertado quando ele tem febre.

Você pode comprar roupas fora do Brasil e eu no lojão, mas nós duas queremos que ele fique protegido do frio, da fome e da violência.

Por isso é muito injusto comparar nós como mães. Sinceramente é muito injusto decidir se você é melhor do que eu. Porque nós somos exatamente iguais.

Imagem via Mural de jogo de Thaylulu

Dramas familiares para rir!

Bernardo vive atuando em seus discursos. Faz expressões diferentes, aponta os braços no maior estilo “ser ou não ser…”, dirige as cenas imaginárias do nosso dia a dia, nos atribui script, falas e tarefas. Faz aberturas musicais para enunciar suas brincadeiras. Quer que a gente filme suas atuações e quer filmar as cenas que dirige da gente.

Tem uma veia cômica muito calibrosa. Alegra nosso dia e nos impressiona com sua ironia e colocações oportunas. Mas também tem uma veia dramática poderosa, que chega a ser uma comédia também.

Esse fim de semana ele estava brincando sozinho, correu para o Paulo e pediu um papel, pegou uma caneta e ficou tentando escrever algo. Ele está naquela fase de alfabetização espontânea, tenta ler as coisas por adivinhação, e assim tenta escrever também. Já fiquei de olho. Correu para o Paulo novamente e pediu ajuda para escrever “cantinho”. Senti aquela sensação de “lá vem o golpe!”, e continuei observando.

O Paulo ajudou, ele escreveu, guardou a caneta e buscou uma cadeira. Colocou estratégicamente a cadeira em um canto da sala, pendurou o seu cartaz recém escrito, e pareceu muito satisfeito.

-O que é isso filho?

-Então mãe, este é o cantinho da tristeza.

-Hum… E para que serve o cantinho da tristeza?

-De agora em diante (expressões de tristeza e pesar em um estilo  Hollywoodiano) sempre que vocês brigarem comigo, ou então não deixarem eu fazer alguma coisa, eu vou direto para o cantinho da tristeza. (Sentado na cadeira, tão murcho quanto um balão velho…)

Gargalhada geral. Até ele deu risada.

Alguém aí precisa de um educador de Pais maldosos, que chamam atenção de um menino, e ainda por cima não dão tudo que ele pede? Mande um e-mail para nós, pois estou criando um Supernanny ao contrário! hehe

Só fico pensando no resultado que ele esperava com toda essa pompa… Provavelmente que nós saíssemos correndo para a próxima loja de brinquedos do caminho!

E no fim, a folha que o Paulo deu era importante, era um ofício que ele precisava entregar essa semana. Daí que eu ri de verdade!

Adaptação na escolinha da vida.

Hoje fiquei impressionada quando me dei conta de quanto os sentimentos de uma mãe mudam com os passar dos anos (meses… dias…)! A bem pouco tempo atrás eu passei por um primeiro dia de aula.

Chorei eu, chorou meu filho e a cara da professora era de uma mistura de “para com isso sua louca” e “pelamor, mais uma!”. Me senti uma péssima mãe por não ter largado o emprego para cuidar do menino. Me senti impotente, pois o tempo estava passando tão rápido que me dava medo. Senti tristeza por achar que alguém (com certeza eu) poderia morrer com a distância. Senti dor no peito, que insistia em produzir um leite que não era mais tão necessário. Senti que o dia durou incríveis 234 horas!

Sobrevivi, como todas as mães que também passam por isso. Nos adaptamos (ele milhares de vezes mais rápido!) E os anos voaram.

Hoje foi novamente um primeiro dia de aula. Muita expectativa, gel no cabelo e uma última lambidinha de mãe para garantir uma pele lustrosa! Um menino feliz, sorridente e ansioso. Chegada na creche com direito a um UUUUhúuuuul!!! Beijo nas cozinheiras, beijo nas professoras do caminho, beijo nas serventes, muito beijo e abraço na professora oficial. Abraço e batidas de mão com soquinho nos meninos, abraço nas meninas. Apresentação calorosa com as crianças novas.

E uma mãe feliz, satisfeita, indo para o trabalho sorridente. Pensando em como esses pequenos momentos da vida são bons. Um sentimento de “estou acertando”.

Então olhei para o lado e vi uma mãe aos prantos. Me deu medo novamente por não poder controlar o tempo. Depois me deu vontade de dizer que ela podia ir trabalhar tranquila que mesmo passando por todas as OSES e ITES do mundo das babas alheias, o seu bebê iria sobreviver. E por fim fingi que não vi e fui embora. Toda mãe tem o direito de chorar e sofrer nessa hora, faz parte do rito de passagem.

No caminho fiquei pensando nas coisas comuns que me fazem sofrer hoje, e em como isso vai ser irrelevante em pouco tempo. PS -Tentar não sofrer por essas coisas na escadinha da creche.

E quando a gente se da conta, o filho cresceu! E a mãe também!

Mãe, vamos fazer um trato!

Assim começam 90% das conversas do Bernardo (os outros 10% começam com “mãe, ô mãe, mãe). E esses tratos sempre levam alguma vantagem para ele mesmo, claro.

O Bernardo não se joga no chão, não sai gritando no supermercado, ele sempre tenta negociar. E normalmente é muito compreensivo nas nossas explicações. Exceto se a negociação fica muito feia para o lado dele, tipo sair passear com as tias e ser orientado a não pedir NADA para elas.

E assim de trato em trato ele vai conquistando o que quer. Porque na maioria das vezes os seus argumentos e bom humor acabam derrubando nossas resistências.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...