Já dizia minha avó, esse tempo tem asas!

Era um dia frio, eu me lembro como hoje. Eu tinha comprado para ele um casaco cinza com verde e a touca tinha orelhas de ursinho. Ficou praticamente sua marca registrada. O tempo estava para chuva, aquele ano setembro foi bem chuvoso. Pensando bem desde então tivemos setembros de bastante chuva e muita felicidade!

Eu agarrava naquela touca como se pudesse protege-lo do mundo, como se enquanto eu estivesse ali na retaguarda nada de errado pudesse acontecer. E então meu menino andou. Andou feliz muitos e muitos metros, na verdade até correu. Imagina a sensação de liberdade. Tinha um ano e dez dias, ele andou. Um marco em nossas memórias.

Pensa bem, mal tinha saído da barriga. Já dizia minha vó, esse tempo tem asas! E de uma forma até indelicada o menino não queria mais saber de colo. Ele só queria correr, correr e descobrir o mundo a sua volta com suas próprias perninhas. Doeu em meu peito essa fase, não porque não queria que ele andasse, pelo contrário, eu ansiava por esse momento. Mas foi mais ou menos como uma daquelas constatações da vida –>MEU FILHO CRESCEU!. Claro que depois que passou a novidade o bichinho queria era colo para andar nas ruas por aí. Claro que eu queria que ele andasse. Ser mãe é ser eternamente bipolar.

A chegada do segundo filho faz a gente nostalgicamente reviver algumas histórias. E assim estou aqui, com uma menina que vai andar de uma hora para outra. Ela já se equilibra tranquilamente e já se levanta do chão sem apoio. Só falta aquele click, sabe? Em um pequeno momento, em segundos talvez, ela vai descobrir do que é capaz e vai dar o primeiro passo sozinha. Torço do fundo do coração para vivenciar esse momento.

10 coisas que aprendi com meus filhos

Porque tem coisas que não se aprende em livros!

Não só acreditar, mas rezar todas as noites para que ele coloque a mão no chão antes da cabeça bater, para que ele tampe a entrada da tomada quando a teimosia aparecer, para que ele segure na mãozinha quando der vontade de correr para a rua e para que ele me chame quando um perigo maior estiver prestes a acontecer!

É gratificante deixar de olhar o mundo de um metro e tanto de altura e passar a ver as delícias e encantos que acontecem no ângulo de 80 cm!

Quando a gente percebe que o filho é um reflexo claro de nossas ações, palavras e costumes, finalmente entendemos a importância da boa alimentação, respeito ao próximo e outros tantos exemplos práticos e teóricos que nos fazem ser uma pessoa melhor!

Colo não estraga ninguém. Qual é o problema em dar atenção e contato físico para uma pessoa que só quer ouvir os batimentos do seu coração, o som da sua voz e o afago da sua mão? Mas o principal motivo sabe qual é?

E não querem mais saber de colo! E a saudade que dá não tem como ser explicada.

E fica grudado no pé! Você vai ao banheiro e alguém vai ficar batendo na porta, você vai tomar banho e alguém vai ficar te chamando, você vai lavar louça e vai ter que sair correndo para ver onde foi o estrago, você vai estar no trabalho e vai pensar se eles ficaram bem, você vai estar em uma noite super romântica de namoro com seu esposo e na sua cabeça só toca uma música “o que que tem na sopa do neném?” …enfim…

Cuspiu para cima amiga? Não tem guarda chuva que te proteja! Pensa em uma testa alvejada de cuspe! Prazer, essa coroa sou eu.

E ainda olhar teatralmente para os dois lados da rua. Finalmente colocar em prática o que minha mãe tentou me ensinar!

Tem centenas de motivos que são ruins, difíceis e dão vontade de chorar. Mas ficam no chão perto de pequenos momentos tão perfeitos e mágicos que fazem a maternidade valer a pena. São esses momentos tão gostosos que fazem a gente desejar um repeteco.

E um dia você descobre na prática que essa máxima é uma das maiores verdades da vida. E lembra de todas as coisas ruins que como mágica a teoria de reprodução da espécie fez você esquecer. Mas também lembra de cada detalhe inexplicável e emocionante que fazem você morrer de orgulho simplesmente por existirem!

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Eu reparei que você reparou que eu estava te reparando

Para aparecer basta colocar uma melancia no pescoço, já dizia minha professora da terceira série. Pois eu encontrei um método muito melhor, para aparecer basta colocar um sling e sair pela rua, pena que não tenho mais contato com essa prof.

Eu nunca fui a miss simpatia em pessoa. Sabe, aquelas pessoas que puxam conversa no banco do ponto de ônibus ou que param para perguntar algo a um estranho só porque ficou curioso. Isso somado ao fato de que tenho uma doença horrível e muito pior, ignorada ou motivo de piada entre meus queridos, sempre fui uma pessoa na minha.

Mas nunca pude imaginar que um dia eu iria parir o senhor amigo de todos, centro das atenções e candidato em época de eleições – Bernardo sou popular! O menino fez amizade com todos os vizinhos do prédio, com todos os lojistas da rua, com todos os distribuidores de papel de propaganda, estátuas vivas, sabe o nome do cachorro de quem caminha diariamente pelo calçadão… etc etc etc Tem tempo e disposição para falar sobre vídeo game, bicicleta, Angry Birds, fome e desnutrição, bolsa de valores…

Claro que eu aprendi a me abrir mais com as pessoas por causa do menino. Sem chance de ficar na minha carregando ele pela rua. E somando ele a um barrigão com uma versão novinha em folha, tinha que sair para a rua só quando tinha tempo de sobra. Tanto que no nascimento da Natália recebi muito mais visitas do que do Bernardo, a maioria foi conquista de amigos de sua nobre parte.

Mas nada disso se compara a sair de casa carregando cinco quilos de gente em um sling. Basta pisar no calçadão para perceber um “óinnn” coletivo. Coisa de louco. É tanta gente que para só para dar uma espiadinha para dentro do pano, com a cabecinha virada de ladinho, que não tem como ficar imune a tamanha simpatia do mundo.

Já desisti. Agora saio acenando para desconhecidos, sorrindo como a louca do mundo azul e cantando como se estivesse em um musical antigo.

Agora sobre o sling, simplesmente amei. Esse é o modelo wrap. Me adaptei super bem, mas não foi de primeira. A insegurança não ajudou muito. Também descobri que não é na hora em que o bebê está com cólica que você deve amarra-lo. Tem que fazer isso quando ele está bem, ou seja, não serve para curar cólicas, serve para preveni-las. Natália ama. Sente-se nitidamente muito confortável. E se todos os benefícios descritos por estudos ainda vierem de presente, super indico, pois é uma delícia carregar o bebê assim!

Confiram o texto inédito publicado na página da Pais & Filhos!

Hoje escrevi um texto falando como a culpa materna ajudou a me posicionar como mãe, e o quanto isso foi importante para me sentir segura na educação do Bernardo!

Leiam a matéria:

http://revistapaisefilhos.uol.com.br/sendo-pais/culpa,nao/confie-em-voce-sem-culpa

Coisa mais chic, né?

 

Em que momento nasce uma mãe?

Seria com aquele sentimento materno que estapeia sua cara cada vez que passa um bebezinho? Seria com o planejamento, talvez com o positivo em mãos? Talvez com o barrigão protuberante que te faz ser a personificação da maternidade?

A resposta é não!

A mãe nasce junto com a criança.

Enquanto o neném está em sua barriga, por mais que já tenha uma personalidade criada em expectativa, ainda você é você. Ainda a mulher pode escolher onde ir, pode comer o que quiser, demorar o quanto quiser no banheiro, pode até dormir a hora que quiser, mesmo que levante 30 vezes para fazer xixi.

Agora no momento que ele saiu da barriga e foi para os braços… A gente poderia ganhar uma nova certidão de nascimento! Pois TUDO, absolutamente TUDO muda na vida. Inclusive como umas pessoas te conhecem.

Prazer, mãe do Bernardo!

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