Não bastasse a pressão das vizinhas, das conhecidas, das colegas, das amigas, da minha mãe, da minha vó, das minhas tias, das minhas irmãs e das desconhecidas para um novo membro em nossa família, eu conto com um entusiasta de 4 anos que aperta meu coração.

Eu sempre sonhei com uma família bem grande. O instinto materno sempre foi latente em meu coração. Desejava 5 filhos. Com o nascimento do Bernardo, e todo investimento (principalmente emocional) que eu conheci, mudei um pouco de ideia. Não terei mais 5, mas sem dúvida terei mais 1. E será esse ano.

Enquanto isso, continuarei ouvindo: 3 é tão pouco, né mãe? E amassando meu filho único que sonha com o lado bom de um irmão, mas nem sonha com tudo que terá que dividir…

Os especialistas sugerem que com o nascimento de um filho os pais devam iniciar algumas poupanças, como por exemplo para a educação. Eu sugiro que iniciem também uma poupança para gastos extraordinários, como por exemplo ir ao circo!

Depois do investimento seguro da entrada e estacionamento, que já estavam calculados e previstos, você entra com seu filho no mundo encantado. Então aparece um vendedor com um brinquedo mirabolante, que brilha no intervalo de um segundo em trinta e sete cores diferentes, e canta uma música tão alta que deixa uma rave no chão, fora que gira 99 RPM fazendo barulho de matraca. E em dois minutos essas luzes estão espalhadas por mãozinhas fofinhas, mais parecendo armas alienígenas prontinhas para hipnotizar qualquer mãe de família. E não tem como deixar seu rebento, com olhos de gato de botas, de fora. E lá vamos nós, nos sentindo helicópteros, rumo a arquibancada.

Agora sim, munidos de pipoca e refrigerantes, esperamos o início do show. O papai, que já gastou o dobro do previsto e calculava incansavelmente o prejuízo que ainda não estava no fim, não esperava a reação do filho. Quando as luzes do picadeiro acenderam e o evento teve início, a reação do Bernardo foi tão intensamente feliz, que nós começamos a aproveitar também. Cada aplauso o Bernardo não batia somente as mãos, dava para ver aplausos em seus olhos e seu coração. O Bernado gargalhava do espetáculo, e nós, de poder proporcionar esses momentos para ele. Fazer alguém que amamos tão feliz, por uma coisa tão simples, não tem explicação.

E no decorrer do show, ao percebermos que o pipoqueiro era também malabarista e motoqueiro do globo da morte, e que o vendedor de brinquedos era mágico e palhaço, sentimos uma simpatia muito grande por esses artistas sem nome e sem endereço, que por uma hora das nossas vidas nos fizeram rir do fundo do coração.

Por isso digo, tem coisas que realmente o dinheiro não paga.

Principalmente ter um espetáculo completo sem fim, do meu palhaço-super herói-e lindo todas as noites!

Que o tempo não pára, todo mundo já está careca de cantar. Mas saber que ele é tão veloz assusta um pouco.
Cresci ouvindo que o natal já estava aí e que a páscoa já chegou, mesmo achando uma eternidade a demora dessas datas. O meu aniversário então, nem se fala.
Mas aí fiquei adulta e finalmente entendi o que eles falavam. E também me admiro quando vejo ovos pelo supermercado, sendo que acabei de guardar os enfeites natalinos.
Mas nenhuma forma de mensurar a passagem do tempo é tão eficaz quanto a criação de um filho.
Não dá para acreditar que aquele ser que acabou de sair da sua barriga já pensa, faz escolhas e pior, acredita que sabe mais do que você!
E aí a calça não serve o tênis ficou pequeno e mais uma vez ele cresceu.
Então os dedinhos que a pouco alcançavam no botão 1, estão pertinho do 6.
E o seu bebê não quer mais andar de mão dada, quer se chamar Ben 10 e fala sobre profissão!
Apresento a vocês meu projeto 52 weeks e minha régua de medir tempo, o jeito mais eficaz de migrar de “era uma vez… para “no meu tempo…”