35 semanas – estou lavando as roupinhas.

É assim, do dia para a noite as coisas se tornam mais reais, mais palpáveis. Tenho quase tudo que precisarei para o nascimento da Natália. Mas estava em sacolas, nas caixinhas, no tempo futuro… Hoje enfim tirei as roupas dos pacotes, as etiquetas, as coisinhas das caixinhas e comecei a organizar, para esperar de verdade a chegada da menina.

35 semanas. E uma casa com cheiro de bebê. Uma inundação de mantas rosas, roupas rosas e fraldas no varal. É estranho isso, pois sabemos que em breve mais uma pessoa irá morar na nossa casa, mas ver as coisas dessa pessoa tomando conta do espaço comum é muito diferente.

Fico de cara como o tempo passa rápido. Foi esses dias que eu estava lavando as roupas do Bernardo. Foi esses dias que eu peguei ele no colo pela primeira vez. Foi ontem que eu preparei a mala para ir ao hospital ganhar meu bebê.

Lembro de como foi emocionante o dia que cheguei do hospital com o Bernardo e coloquei ele no berço. Eu tinha feito tudo com tanto carinho, tanto capricho, tanto cuidado e passava longos minutos olhando para as coisinhas, só imaginando o dia em que o bebê ocuparia o seu lugar. Quando deitei ele no berço foi como se tudo finalmente fosse real. Não conseguia sair de perto, de olhar, de sentir medo, de sentir coragem, de sentir vontade de chorar, e de ficar com um sorrisinho no rosto como se algo muito mágico tivesse acontecido na nossa casa, na nossa vida…

Hoje me dei conta que falta pouco tempo para tudo acontecer novamente. Em poucos dias alguém deitará no berço que estou preparando. Alguém usará as roupinhas que estou lavando. Alguém vai me fazer sentir medo, coragem, vontade de chorar e de rir…

O berço está pronto, as roupas estão lavadas, as gavetas organizadas, o tempo chegando, as pessoas falando, a barriga estourando, o mundo girando, o Bernardo chamando, enfim, praticamente tudo preparado. Tudo que se possa preparar.

Pois a roupa roupa a gente lava, passa, engoma, esteriliza. Mas a gente mesma… Não tem o que prepare uma mãe para o nascimento de um bebê. Essa semana farei as malas. (Frio na barriga!)

28 semanas de Natália!

Quando engravidei da Natália, mesmo ela sendo muito desejada pelo Bernardo, todos nós nos cercamos de cuidados para minimizar os efeitos do ciúme que nosso filho pudesse sentir.

Isso, somado ao fato de que com um filho mais velho o tempo dispensado para a gravidez (para o banho, para o sono, para a leitura, para o exercício, para a alimentação, para a internet…) diminui, fez que alguns pequenos detalhes e registros se perdessem, e também que a gravidez passasse num passe de mágica.

Por isso hoje resolvi registrar em imagens e palavras alguns pequenos detalhes da sua espera.

A barriga está grande e linda, típica de quem engordou uns quilinhos a mais, bem redonda e saliente, ninguém mais me olha com alguma dúvida.

A disposição vai diminuindo no ritmo que a temperatura vai subindo. Aqui vai um agradecimento especial a meu esposo muito compreensivo e a todos aparelhos de ar condicionado que eu encontro no caminho, em especial ao do meu quarto.

O medo de não ama-la tanto quanto amo o Bernardo diminui ao passo que ela toma seu espaço. A casa tem um leve cheirinho de bebê, por todo canto tem sinais de sua presença, as conversas são recheadas de planos, desejos e previsões a seu respeito. Se o amor vai ser igual ou diferente não consigo prever, mas não me sinto mais insegura com sua chegada.

Inevitavelmente agora ela vai tomar cada dia mais seu lugar, pois na porta do terceiro trimestre está na hora de deixar as coisas mais organizadas para sua chegada.

Quem nunca torturou um irmão…

Ainda não descobriu um dos melhores prazeres da vida!

Ser humano é um ser estranho mesmo. Afinal é o único animal que tem um reino inteiro para si, e fica pedindo um irmãozinho.

Poxa vida! Ter alguém para culpar, alguém para enganar, alguém para subornar, alguém para escravizar em troca de favores, para correr atrás da bicicleta enquanto você corre morro a baixo, para lavar a louça no seu lugar, para dividir a fúria da mãe, para proibir de entrar no seu quarto, para roubar as roupas, para sair no tapa por um pedaço de corda. Quem não quer??

Ter um irmão faz da gente uma pessoa melhor. Pelo menos mais esperta, pois a luta pela “sobrevivência” começa cedo.

O amor entre irmãos é diferente de todos os outros. Eles estão em todas as histórias, não só as melhores, normalmente para encher o saco, mas estão lá.

Uma das primeiras pessoas que a gente tem vontade de afogar no mundo, mas também o primeiro cúmplice que a gente encontra na vida.

Cumplicidade, para mim é essa a palavra que define essa ligação.

Um dos motivos que eu quero um segundo filho é dar a oportunidade para o Bernardo de conhecer essa ligação com uma pessoa no mundo. Outro é não ficar 100% no pé do Bernardo… hehe

E aí, gostaram do novo visual do blog?

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