Escuta aqui minha filha!

Eu sempre aparentei mais idade. Pulei da adolescência direto para a casa dos trinta na aparência, mesmo a identidade falando ao contrário. Talvez seja por minha personalidade, talvez seja porque uma velhinha de coque branco mora em meu coração, talvez por essas rugas imensas que assolam minha face… hehe.

O ponto alto da minha descarada velhice foi uma pessoa sem noção (quem nunca falou uma coisa e teve vontade de correr de braços abertos e se atirar da janela, só não fez porque a janela era no primeiro andar e depois de levantar seria pior ainda) que pediu se minha irmã era minha filha. Eu nem me ofendi, pois tenho espelho o suficiente.

Confesso que agora que vislumbro a porta dos trinta, não temo. Sinceramente essa maturidade toda que sempre me foi atribuída terá motivo para ser. E acredito que enfim o meu estilo e modo de comportamento será adequado a minha data de nascimento.

E agora na beirada de me tornar uma completa Balzaquiana, emocionalmente amadurecida (hahaha tá bom, tá bom) me sinto pronta para começar discursos com:

-Escuta aqui minha filha! E isso é reconfortante!

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